Benvindos ao meu blog. Só mais um para aumentar a comunidade do blogger.
Como o tempo livre é muito e porque adoro ser irónico, (pois afinal de contas o tempo até nem é muito,
mas se o dissesse já não estava a ser irónico e, como acabei por dizê-lo à mesma, acabo por ser irónico ao afirmar que não o era)
é apenas mais um novo projecto na minha vida. Espero que gostem...

sábado, 22 de maio de 2010

A Filosofia Do Outro Lado Do Universo

ATENÇÃO: A leitura do seguinte post pode levantar sérias dúvidas
relativas ao nosso existencialismo enquanto humanos e seres pensantes.
Todas as teorias a seguir apresentadas são, de facto,
sustentadas pela ciência e comprovadas matematicamente.
As questões apresentadas a seguir já levantaram algumas polémicas interessantes
mas também bastante perturbadoras.

Chegou a hora de expor o Universo onde vivemos. Esta imensidão de espaço que os nossos olhos vêem, na realidade, vai muito mais além do que observamos. “Coisas” que não podemos ver, sentir, tocar ou ouvir (e, porque não, também saborear) estão na ordem do dia e passarão, talvez mais cedo que o previsto, a figurar nas luzes da ribalta. As consequências deste novo formato são avassaladoras e, não tarda nada, há que encará-las com determinação e empenho. Determinação e empenho, sobretudo, em questionar a nossa existência e em aceitar aquilo que realmente somos: matéria e energia.
O funcionamento do Universo é muito complexo. Ele está repleto de objectos que nunca vimos e pode ser tão grande, tão imenso, ao ponto de não ter fim. Não é difícil pensar num Universo infinito. Este é, aliás, um dos possíveis modelos para o nosso Universo criados pela ciência enquanto capacidade humana. No entanto, se realmente já pensou que o Universo é infinito, já pensou também nas consequências adjacentes a este facto? Este é o mote ao primeiro tópico deste post, onde vamos considerar o nosso Universo infinitamente grande, começando por fundamentar esse facto.

UNIVERSOS DO TIPO I – Nos confins inatingíveis do espaço

No momento do Big Bang o nosso Universo era um ponto infinitamente pequeno, infinitamente pesado e infinitamente denso. Porque os infinitos dão origem a infinitos, há cientistas que ponderam seriamente que o nosso Universo é infinitamente grande. De facto, as medições feitas até à data parecem sugerir isso mesmo. Essas medições, na verdade, estão assentes num método matemático muito simples: a triangulação. Ao somar os ângulos internos de um triângulo obtemos, como é sabido, 180º. Baseados neste pequeno postulado, os cientistas começaram a medir os ângulos internos de triângulos gigantes no espaço, usando como pontos de referência objectos distantes e feixes de raios laser a partir da Terra.


Em condições normais, supondo que o triângulo está assente sobre um plano euclidiano, os ângulos α, β e γ deverão somar 180º, isto é: α + β + γ = 180º. Se, por outro lado, os ângulos α, β e γ não somarem 180º exactos (mas sim um pouco mais) então o nosso Universo é curvo como ilustra a seguinte figura, de uma forma exagerada para uma melhor percepção:

Encontrada uma curvatura no espaço, prova-se que o Universo é fechado e curvado sobre a sua própria gravidade. Até agora, porém, essa curvatura, se existir, ainda não foi detectada, pelo que prevalece, para muitos, a ideia de Universo aberto e, portanto, infinitamente grande. Há, no entanto, quem contra-argumente e defenda que a instrumentação actual não é precisa o suficiente para encontrar um ângulo superior a 180º nestas condições. A curvatura é tão ténue que a diferença é reduzidíssima e insuficiente para ser detectada com a tecnologia actual. Contudo, nestas condições, a ideia de Universo aberto ainda não foi refutada.
Se o nosso Universo for realmente aberto e, portanto, infinitamente grande, as consequências filosóficas são abismais. Para melhor o compreender, vou utilizar um exemplo bastante simples de infinito: a dízima infinita não periódica π. Toda a gente conhece o número π (“pi” é uma letra grega que corresponde à letra “p” do alfabeto latino) e toda a gente sabe que π é igual a 3,14. Ora, na realidade, π é um número irracional e 3,14 é apenas um valor aproximado dessa dízima. Para ter uma ideia, a seguinte representação continua a ser um valor aproximado de π (com 544 casas decimais):

π = 3,141 592 653 589 793 238 462 643 383 279 502 884 197 169 399 375 105 820 974 944 592 307 816 406 286 208 998 628 034 825 342 117 067 982 148 086 513 282 306 647 093 844 609 550 582 231 725 359 408 128 481 117 450 284 102 701 938 521 105 559 644 622 948 954 930 381 964 428 810 975 665 933 446 128 475 648 233 786 783 165 271 201 909 145 648 566 923 460 348 610 454 326 648 213 393 607 260 249 141 273 724 587 006 606 315 588 174 881 520 920 962 829 254 091 715 364 367 892 590 360 011 330 530 548 820 466 521 384 146 951 941 511 609 433 057 270 365 759 591 953 092 186 117 381 932 611 793 105 118 548 074 462 379 962 749 567 351 885 752 724 891 227 938 183 011 949 129 833 673 362 440 656 643 086 021 394 946 395 224 737 190 7…

A representação de π é tão grande quanto se queira. A dízima não tem fim e os algarismos que a constituem surgem de uma forma aleatória. Neste caso, qualquer número considerado, irá aparecer, mais cedo ou mais tarde, na representação de π. Podemos utilizar a última representação para encontrar alguns números:
● A minha idade: 30.
● O número de teclas de um piano: 88.
● O número de megabytes num CD-ROM: 700.

π = 3,141 592 653 589 793 238 462 643 383 279 502 884 197 169 399 375 105 820 974 944 592 307 816 406 286 208 998 628 034 825 342 117 067 982 148 086 513 282 306 647 093 844 609 550 582 231 725 359 408 128 481 117 450 284 102 701 938 521 105 559 644 622 948 954 930 381 964 428 810 975 665 933 446 128 475 648 233 786 783 165 271 201 909 145 648 566 923 460 348 610 454 326 648 213 393 607 260 249 141 273 724 587 006 606 315 588 174 881 520 920 962 829 254 091 715 364 367 892 590 360 011 330 530 548 820 466 521 384 146 951 941 511 609 433 057 270 365 759 591 953 092 186 117 381 932 611 793 105 118 548 074 462 379 962 749 567 351 885 752 724 891 227 938 183 011 949 129 833 673 362 440 656 643 086 021 394 946 395 224 737 190 7…

Obviamente que, se pretendermos encontrar números maiores nas regularidades de π, é natural termos que prolongar a sua representação. No entanto, podemos garantir que, por muito grandes que tais números sejam, eles irão aparecer algures por entre as casas decimais de π.

Tal como π, se o nosso Universo for infinito, isso significa que qualquer realidade existe algures no Universo. É garantido! Se o nosso Universo for infinitamente grande existe algures uma pessoa igual a mim que escreveu um post igual a este num blog tal e qual o que está a ver neste momento. Existe, inclusive, uma outra pessoa igual a mim que escreveu um post igual a este há já algum tempo e que se tornou famosa por tê-lo escrito. Pode pensar também na sua pessoa: Existe algures no Universo uma pessoa igual a si que, em vez de estar a ler este post, está a escrevê-lo. As possibilidades são infinitas, e, por mais absurdas que sejam as ideias que lhe venham à cabeça neste momento, desde que fisicamente viáveis, o nosso Universo contempla-as algures GARANTIDAMENTE. Algures, no Universo, a acção do Senhor dos Anéis ocorre na realidade ou o leitor é o Primeiro-Ministro de um país chamado Portugal ou uma raça de criaturas verdes e viscosas invade um planeta chamado Terra tal e qual o nosso. E todas estas possibilidades ocorrem neste momento. Aliás ocorrem a qualquer momento uma vez que, se todas as possibilidades existem, então, algures, está a acontecer no Universo aquilo que aconteceu no nosso planeta há dez minutos atrás.
A ideia pode causar alguma perplexidade uma vez que põe em causa o nosso individualismo, isto é, eu deixo de ser um ser único e passo a ser uma réplica de uma infinidade de outros como eu, que pensam da mesma forma e que têm a mesma aparência. Estes mundos que existem algures pelo nosso Universo são chamados Universos Paralelos do tipo I, por abuso de linguagem, claro está. É que, na realidade, estes mundos não são Universos paralelos. São simplesmente outras regiões do mesmo espaço em que habitamos. Mas o que é certo é que, se nós ainda não encontrámos outra sociedade igual à nossa no Universo em que vivemos, se este for infinito, existirá uma sociedade igual à nossa que já encontrou uma outra igual.
Apesar de tudo, a existência de outros seres iguais a mim pode não causar confusão a muita gente. Esses seres podem até ser iguais mas estão muito longe e eu não tenho que me preocupar com eles. A linha de pensamento de quem gosta de tapar o sol com a peneira não o vai livrar de questionar a sua existência quando se deparar com o próximo tópico.

UNIVERSOS DO TIPO II – Viram o pterodáctilo que aqui passou?

Há muito que caiu em desuso o modelo estrutural das partículas que compõem a matéria do nosso Universo. No modelo clássico, por exemplo, um átomo de carbono, o principal elemento da matéria orgânica, era constituído por seis electrões que descreviam órbitas perfeitas em torno de um núcleo de seis neutrões e seis protões. Em termos de constituintes, a ideia continua correcta à face da ciência actual. No entanto, em termos estruturais e funcionais, hoje em dia já não se pensa assim. A moderna Física Quântica encara as partículas desprovidas de massa (de que são exemplo os electrões) de uma forma dual. Tais partículas assumem dois tipos de comportamentos: por vezes comportam-se como outras partículas maiores (como os protões ou neutrões) e nas outras vezes comportam-se como ondas, deixando pura e simplesmente de existir enquanto partículas. Sendo assim, um electrão tem uma vida bastante agitada. Por vezes desaparece e transforma-se numa onda. Depois volta a aparecer sob a forma de uma partícula. Posto isto, o modelo mais aceite para a descrição do átomo não assenta naquela imagem que todos nós conhecemos dos manuais de Física e Química do 8º ano, mas sim, numa imagem que representa a chamada nuvem electrónica que envolve os nucleões (protões e neutrões):


Repare que, no modelo actual a nuvem electrónica à volta do núcleo do átomo é mais densa perto deste. Isso significa que, um electrão tem mais probabilidade de aparecer perto do núcleo do átomo do que longe deste. Na realidade, em situações ideais, um átomo de carbono continua, para todos os efeitos, a possuir seis electrões à volta do seu núcleo. Apenas deixou de se considerar que estes orbitam suavemente em torno dos nucleões, mas sim, vibram à velocidade da luz nas suas proximidades, alterando o seu estado entre partícula e onda constantemente.
Pode não parecer mas as causas deste modelo atómico impressionam qualquer um. Se não o impressionam a si, é porque ainda não pensou seriamente nelas. Senão, vejamos:
O Princípio da Incerteza de Werner Heinsenberg assegura que as medições feitas por um observador alteram o estado daquilo que está a ser observado, ou, equivalentemente, é impossível visualizar o que quer que seja nas suas condições ideais sem afectar essa observação. O conceito é muito simples e uma das formas de o compreender é pensar que a luz não é instantânea mas sim que, na realidade, o que quer que observemos já acontecem há algum tempo. Ao observarmos pela objectiva do telescópio a galáxia de Andrómeda, por exemplo, estamos na realidade a captar a luz por ela emitida há já dois milhões de anos. Mas não é preciso ir tão longe: a luz do sol que chega à Terra demorou cerca de oito minutos desde que partiu do nosso astro-rei, ou seja, se o nosso sol, tragicamente, se apagasse neste exacto momento, só daqui a oito minutos é que nós o saberíamos. Levando o Princípio ao extremo, mesmo quando olha para um pássaro a voar no céu, ele na realidade já não está exactamente no ponto para onde está a olhar, mas sim um pouco mais à frente. Por muito perto que um objecto esteja de si, quando o observa está a captar a luz por ele emitida (ou reflectida) há já algum tempo.
Imagine agora um captador hipotético da posição, por visualização, de um electrão. Esse captador observa o electrão num dado ponto perto de si. Depois, o electrão desaparece e transforma-se em onda. Passado um instante volta a surgir um pouco mais afastado. Como sabemos a velocidade da luz, podemos determinar a altura exacta em que o electrão surgiu nos dois lugares. Feitas as contas, podemo-nos deparar com algo monstruoso: o electrão esteve nos dois sítios ao mesmo tempo. Como é isso possível?


Na realidade, se o mesmo electrão apareceu nestes dois sítios ao mesmo tempo, “o” que apareceu mais perto do captador será visualizado mais cedo do que “o” de apareceu mais longe porque a luz demorou mais tempo a percorrer a distância maior. Mas, se realmente, um electrão pode aparecer em dois lugares em simultâneo o que quer isso dizer?
Esta experiência abstracta (na realidade trata-se de uma experiência mental, não passa de um pequeno exercício esquemático para compreender algo que se passa na realidade mas que não se pode visualizar) permite concluir então que partículas desprovidas de massa podem surgir em dois lugares no espaço em simultâneo. Vamos utilizar outro exemplo hipotético para compreender as consequências deste facto.
Imagine que está em sua casa e que decide abrir a janela para deixar circular um pouco de ar. No momento em que está para abrir a janela, lembra-se que, por outro lado, se a abrir, pode encher a casa de insectos. Qual é a sua decisão? Ora, no momento da sua decisão vamos perfurar o seu cérebro e viajar até ao mundo maravilhoso e complexo que é a sua massa cinzenta. Algures numa pequenez desenfreada vamos encontrar o átomo que vai ser responsável pela sua decisão. E, nesse exacto momento, o electrão que vai tomar tal decisão surge, como já vimos, no mesmo lugar em simultâneo: no lugar onde o leitor decide abrir a janela e noutro onde o leitor decide deixar a janela fechada. E agora volto a perguntar: O que realmente acaba por fazer? Abre a janela e ignora uma das posições do electrão responsável ou deixa-a fechada acabando por ignorar a outra posição?
É agora que tudo desaba e, se quisermos responder correctamente à questão atrás colocada, teremos que dizer: “O leitor decide as duas coisas e acaba por fazer ambas”. Ou seja, o leitor irá abrir a janela para deixar entrar uma corrente de ar fresco na sua casa mas também irá deixar a janela fechada para não deixar entrar as moscas…
Como é isto possível? No momento em que o mesmo electrão surge nas duas localizações o nosso Universo divide-se numa cópia de si mesmo. A única diferença entre esses dois novos Universos é a posição do electrão: num dos Universos o electrão está na posição em que o leitor abre a janela enquanto que, no outro Universo o electrão está na posição que o leva a decidir deixar a janela fechada. A este processo os físicos chamam Descoesão do Universo e está constantemente a acontecer, inclusive neste preciso momento. A consequência primordial da aceitação da Descoesão do Universo é a existência, mais uma vez, de todas as realidades que conseguir imaginar. Este tipo de Universos, no entanto e ao contrário dos referidos no tópico anterior, envolvem a sua pessoa, apesar da sua consciência ter a noção de apenas um dos Universos – aquele em que está a pensar neste momento. O chamado Efeito Borboleta aplicado a este modelo origina algumas situações interessantes, principalmente quando faz especulações na sua vida do tipo: “Se eu tivesse feito assim…”. Na realidade, quando levanta este tipo de questões, lembre-se que existe um Universo onde o fez. O problema é que não conseguirá saber o que está a acontecer nesse Universo pelo que não poderá ter consciência das consequências das decisões que não tomou no Universo onde está, neste momento, a pensar. Complicado? Observe:


Sendo assim garanto-lhe, a si caro leitor, que: esta semana vai ganhar o Euromilhões. Garanto-lhe também que, no próximo ano, vai ser pai. E mais: É também garantido que daqui a 10 anos vai viajar até à Lua. Todas as suas decisões vão ser tomadas por si e todos os desfechos serão possíveis e irão acontecer.
Mas uma pergunta surge na cabeça de toda a gente: Se o Universo se dividiu em dois e eu continuo neste, para onde foi o outro? E, mais uma vez, a Física Quântica assombra tudo e todos com a resposta: Não foi para lado nenhum: Está aqui mesmo, “por cima” deste. No momento em que o Universo se copia a si próprio, os dois Universos resultantes ocupam o mesmo lugar mas em dimensões diferentes. A massa que constitui um é a mesma massa que constitui o outro tal como se essa massa viajasse entre os vários Universos mudando de dimensão em todos os instantes constituindo todos de uma vez. Admitindo, portanto, que desde o momento do Big Bang, que o Universo se copia em Universos paralelos sobrepostos, neste instante, na sua sala de estar, estará certamente um actor famoso, ou um extraterrestre ou um dinossauro a passar. Em qualquer dos casos de certeza que estará a sentir pena por não lhes poder tocar.
A questão adjacente a este modelo resolve outro grande paradoxo da ciência. No post anterior expliquei que, em teoria, é possível viajar para trás no tempo. Ora mas se realmente é, se alguém mal intencionado viajar até ao passado e assassinar o seu próprio avô antes de ter filhos, como irá nascer no futuro? A questão fica resolvida se este tipo de Universos existir: ao voltar atrás no tempo, invertem-se todas as coesões até à data do final da viagem. Um novo conjunto de coesões surge a partir da sua presença no passado e cria-se então um novo Universo onde esse alguém nunca nascerá. Poder-se-ia pensar então que, viajar para trás no tempo seria uma excelente forma de viajar também entre Universos paralelos, não fosse o facto de, ao viajar no tempo e voltar ao passado, nunca mais podermos regressar ao presente tal e qual como o conhecemos, isto é, nunca mais podemos voltar ao Universo de onde partimos.
Os dois tipos de Universos paralelos apresentados nestes dois tópicos são completamente compatíveis entre si, ou seja, a existência de um dos modelos considerados não implica a não existência do outro. Podem ambos ser reais assim como ambos surreais. Aplicando, portanto, o Princípio da Incerteza de John Keynes aos dois modelos, existe uma probabilidade de 75% de pelo menos um destes modelos ser real, isto é, quase que podemos acreditar sensatamente na existência de Universos paralelos. Se esta probabilidade não for suficiente para o convencer, prometo-lhe que a vou aumentar um pouco até ao final deste post.

UNIVERSOS DO TIPO III – Uma sopa cósmica de bolhas

Os modelos para a explicação do nosso Universo constituem uma panóplia de teorias que podem entrar em conflito umas com as outras ou podem também complementar-se. As duas grandes “escolas” para a modelação universal são a Teoria da Gravidade em Loop e a Teoria das Cordas. A Teoria das Cordas, defendida com unhas e dentes pelo Dr. Michio Kaku, famosíssimo físico da Universidade de Nova Iorque, prevê a existência de um novo tipo de Universo paralelo, e é sobre esta teoria que vamos falar neste tópico. A teoria permite também o intercâmbio de matéria entre os vários universos existentes através de uns portais famosos de que já ouviu falar com certeza: os buracos negros. A comprovar-se, poder-se-á pensar em viajar até um universo paralelo para tirar umas feriazinhas talvez daqui a uns anitos… A Teoria das Cordas, contudo, é incompatível com a ideia de Universo Aberto. A ser correcta, o nosso Universo terá que ser fechado e, portanto, a Teoria inviabiliza a existência dos Universos considerados no primeiro tópico.
Na Teoria das Cordas toda a matéria é constituída no seu nível mais pequeno por uma espécie de filamentos semelhantes a pequenas “cordas” de borracha. Esses filamentos ao vibrarem constituem não só a matéria que conhecemos como também as forças que regem o nosso Universo: as forças nucleares forte e fraca, a força electromagnética e, a mais importante de todas, a força da gravidade. Basicamente é ir um pouco mais além do que Albert Einstein, que afirmou no passado que a matéria e a energia são, na realidade, duas formas diferentes da mesma coisa ao expor ao mundo a sua Teoria da Relatividade Restrita e a famosa equação E = mc². O Dr. Michio Kaku acredita que também as forças regentes do cosmos são da mesma natureza que a matéria e, portanto, da mesma natureza que a energia. Tudo é composto por “cordas”. A forma como elas vibram determinam o Universo à nossa volta. Essas vibrações acontecem em 11 dimensões distintas a fim de determinar na sua completude uma determinada partícula: três dimensões espaciais que determinam a posição da partícula no espaço, uma dimensão temporal que determina a altura em que “vive” a partícula e sete dimensões encurvadas que determinam as forças presentes na partícula, entre as quais as quatro forças principais do Universo.


Se realmente estes pequenos filamentos semelhantes a cordas de borracha forem o constituinte do que de mais pequeno há no Universo, então a ciência poderá vir a deslumbrar toda a comunidade com uma Teoria Una que alia a Teoria da Relatividade à Teoria Quântica com um modelo capaz de explicar todo o funcionamento do Universo. Se realmente isso acontecer, então a Teoria das Cordas obrigar-nos-á a aceitar um novo tipo de Universo Paralelo. Basicamente o nosso Universo subsiste numa sopa cósmica de uma imensidão de vários universos, tal como num banho de espuma. Cada bolha desse preparado constitui um Universo e sempre que dois Universos paralelos se tocam, nasce um novo Universo a partir de um Big Bang tal como o que originou o nosso. A Teoria das Cordas vai ao encontro do que os físicos actuais pensam acerca da morte do nosso Universo. Este continuará a expandir-se infinitamente até cair num estado obsoleto e gelado onde as partículas que o constituem se desintegram numa imensidão de escuridade. Tal não é a sua concordância com as observações efectuadas que, apesar de ainda não ter sido provada, a Teoria das Cordas é o modelo mais aceite pela comunidade científica de todo o mundo para o mecanismo do cosmos.
O mais incrível ainda na Teoria das Cordas é o facto de esta admitir a possibilidade de viajar entre dois Universos paralelos. Segundo a teoria, a gravidade flui entre os vários Universos mesmo sem estes se tocarem (caso contrário originariam um Big Bang). Uma ideia radical bastante recente da parte de alguns cientistas norte-americanos considera os Buracos Negros como que as portas que ligam os vários Universos paralelos. No entanto essa nova teoria implica a existência de um outro tipo de buracos no espaço: os Buracos Brancos.
Um Buraco Negro nasce quando uma estrela, mais massiva que o nosso Sol, termina a sua vida numa grande explosão, chamada Supernova. O núcleo de ferro dessa estrela colapsa então sobre a sua própria gravidade dando origem a uma singularidade: uma região no espaço onde a força da gravidade é tão grande que nada lhe pode escapar (nem mesmo a própria luz). O que se pondera agora é precisamente o destino da matéria engolida pelo Buraco Negro. Teoricamente será expulsa por um Buraco Branco algures noutra região do cosmos, quem sabe até noutro Universo. Um Buraco Branco é, portanto, de modo muito grosseiro, o oposto de um Buraco Negro: ele é responsável por expulsar tudo o que foi engolido pelo seu companheiro Buraco Negro noutra região do espaço.


A Teoria das Cordas contempla ainda a existência de um quarto tipo de Universos paralelos, tais como outras sopas de bolhas onde cada bolha representa um Universo. Se julgarmos esses novos mega-universos noutras dimensões poderemos ir ao encontro dos Universos expostos no segundo tópico deste post. Se assim for, alguns desses mega-universos regem-se por leis físicas bastante diferentes das nossas. Contudo é impossível concebê-las! A imaginação humana não é suficientemente poderosa para fazê-lo. Como imaginar um Universo onde não existe gravidade? Ou matéria? Ou energia? Mas o certo é que ele existe se a Teoria das Cordas estiver correcta. Basta para o efeito, imaginar uma infinidade de dimensões onde as cordas possam vibrar dando origem a outras variáveis além da posição no espaço, tempo, forças, energia e matéria. A imaginação pode não conseguir conceber a ideia, mas as possibilidades são infinitas. E, entretanto, o Princípio da Incerteza de John Keynes assegura já existe uma probabilidade de 87,5% de acordo com a seguinte tabela:


UNIVERSOS DO TIPO IV – As leis universais não são todas as leis possíveis

Ainda associada à Teoria das Cordas estão então os Universos mais gerais que englobam as “sopas de bolhas”. Na verdade, o termo mais correcto seria “multiverso paralelo”. Muito mais complicados de imaginar, estes novos universos podem ser construídos a partir de qualquer conjuntos de leis físicas, idênticas ou não às que regulam o funcionamento do nosso próprio Universo. Universos com as mesmas leis agrupam-se no mesmo multiverso formando vários banhos de espuma a flutuar num meio desprovido de massa, tempo, energia e força. Este meio, inclusive, também não é fácil de imaginar mas, no fundo, é o mesmo meio que “existia” em torno do ponto infinitesimal de onde nasceu o nosso próprio Universo.
Deste modo, poderão então não só existir Universos iguais ao nosso, constituído por galáxias, estrelas e planetas ou Universos inteiros desprovidos de massa. Poderão existir Universos com vida inteligente muito diferente da nossa (constituída, por exemplo, não por massa mas sim por energia a fazer lembrar as consequências da Relatividade Restrita de Einstein) ou Universos totalmente líquidos ou sólidos, ou Universos estáticos onde o tempo não corre, ou universos onde não há gravidade onde pessoas parecidas connosco  viajam pelo espaço de livre vontade… As possibilidades são diversas e a maior dificuldade aqui é conseguir imaginar ainda mais Universos diferentes do nosso ao fim de alguns exemplos (repare que eu nem me atrevi a ilustrar este tópico: “Que diabos haverei eu de desenhar?”)…! A ideia de Universo deverá então ser repensada. Deixará de constituir tudo o que conhecemos e passará a ser um pequeno conjunto de variáveis que determina o seu funcionamento (o nosso Universo terá então 11 variáveis nestas condições: as dimensões sobre as quais as “cordas de borracha” podem vibrar).

A PROBABILIDADE FINAL

Refaçamos a tabela onde vamos reunir todas as hipóteses possíveis para o modelo explicativo do cosmos onde vivemos:


Então, para quem percebe um pouquinho de ciência, não será sensato desacreditar a existência de Universos Paralelos. Afinal de contas, ao longo da nossa vida acreditamos em coisas que oferecem probabilidades muito inferiores a 92,9%. Será sensato acreditar realmente que é possível que exista outro “eu” algures no cosmos? Ou que em algum Universo (talvez neste, porque não?!) vou ganhar a lotaria na semana que vem? Ou ainda que, no futuro, comparecerei em reuniões de negócios com outros seres num outro Universo longínquo? A resposta é: CERTAMENTE QUE É! Engane-se quem pense que este post é feito a partir de ficção científica. Para quem se recusar a acreditar, deixo aqui o meu conselho: prepare o seu coração para o que der e vier, pois, um dia, irá convencer-se do contrário, nem que seja num Universo diferente…